9.7.07

Doce Lar

Férias para mim têm um significado único. É tempo de ir para a minha verdadeira casa. É um ato instintivo. Soa mais do que uma necessidade, eu simplesmente preciso sentir os ares da minha terrinha, como se fosse uma questão de vida ou morte, perdão o chavão.
Sou de Venâncio Aires e o ônibus sobre a ponte do Rio Mariante é o anuncio da chegada. O retorno é nostálgico, quase místico. Correr com minhas mil muanbas em direção ao carro no qual minha mãe me espera é um triunfo. A glória do meu lar.
Por mais que eu esteja praticamente todos os fins de semana aqui (sim, estou AQUI!), o sentimento nas férias é diferente. É nesse período que eu volto a ser a menina interiorana que tento disfarçar em meio às ruas cheias da cidade grande. Tiro a poeira dos velhos hábitos e os coloco em prática. Do grande armário saem também o Banco Imobiliário e as calças de moleton.
A triste bicicleta sorri. Afinal, ela que já carregou meus sonhos de criança agora me conduz aos pontos básicos da cidade. A casa da Édina, da Tia Marina, dos meus primos queridos, caminhos que já cansei de percorrer. A estrada é vazia e o barulho mudo. Deslizar por Venâncio sozinha com minha bicicleta sob o sol alaranjado se transforma em terapia.
A brisa daqui dá o ânimo que possibilita a continuidade. Da vida, dos estudos, dos sonhos. Um filme agora me vem à mente. Por mais clichê que seja, ele me transporta toda vez ao meu mundo particular. Em “Doce Lar”, um dos atores fala em determinado momento algo mais ou menos assim: “Você pode tirar a menina da cidade do interior, mas não a cidade do interior da menina”. A mais nua realidade. A minha mais singela verdade.

7 comentários:

Thales Barreto disse...

Hum... Também sou do Interior, só que de Rosário do Sul... Também sinto essa necessidade de ir na minha terrinha as vezes. Infelizmente esses momentos tem ficados mais raros. Meus pais se mudaram pra Porto faz quase um ano. E só fui duas vezes a Rosário depois disso. Em Outubro do ano passado e agora no começo de Junho. Mas passear pela cidade da uma sensação muito boa, de conquista, de felicidade. As energias se recarregam para as futuras decisões. Nada como a nossa terra e a nossa gente pra nos "energizar"... hehehehehe... Belo texto... fez eu ficar com vontade de ir pra minha terrinha.. hahahahaha... Bjos... ;)

Anônimo disse...

Baah! Adorei o texto..mto bom mesmo!e gostei da citação da minha casa! =)
Sabe que nessa época as portas estão ainda mais abertas para os nossos tão sagrados chimas, comilanças, fofocas..típicos programas da tão agitada Vênus City!
Bjooooo!!

Luana Duarte Fuentefria disse...

Poético o teu também.
Nada mais sincero que a exposição dos sentimentos. Fica tudo mais bonito.

Tens link no meu blog também.
Bjos

Anônimo disse...

Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Se você quiser linkar meu blog no seu eu ficaria agradecido, até mais e sucesso. (If you speak English can see the version in English of the Camiseta Personalizada. If he will be possible add my blog in your blogroll I thankful, bye friend).

Samir Oliveira disse...

Ananda, ADOREI o texto!! Nem preciso dizer que me identifiquei muito neh?!? Tenho esses sentimentos tbm quando se trata de voltar à terrinha! "É nesse período que eu volto a ser a menina interiorana que tento disfarçar em meio às ruas cheias da cidade grande." Adorei essa frase!! Parabéns!

O ruim é q eu tava pensando em fazer um texto sobre isso, agora já era, heheheh..

Já adicionei teu blog tbm! beijos

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...

Taíná volta para a selva.
Adorei o texto! Nada melhor que estar no aconchego do lar, ao lado da família e dos amigos mais próximos.
Saudades.
Beijos

Rafael Terra disse...

Bah, curti muito o teu texto. Mas ele me deixou um pouco confuso, pois sou do interior também e só volto lá por causa dos meus pais. Se pudesse, aquela cidade ficaria apenas na minha memória. Aliás, escondidinha num canto escuro da minha memória.
Abraço.