26.3.07

Vítimas da padronização

A emissora de televisão MTV apresenta toda terça-feira às 22 horas o “Debate MTV”, que tem como apresentador Cazé Peçanha. A cada semana um tópico polêmico é abordado. O programa do dia 20 de março reacendeu a questão da ditadura da magreza, com o tema “Dá para ser feliz sendo gordo?”. Do lado que assegurava que a boa forma física é essencial estava um homem malhado, uma modelo e uma jovem perturbada com os quilos ganhos em uma viagem aos Estados Unidos. Na oposição se encontrava uma gordinha, um médico e uma menina que já foi vítima de anorexia.
O grupo que defendeu que seguir os padrões estéticos é sinônimo de felicidade e satisfação pessoal argumentou com base na exigência da sociedade. Afirmaram que uma pessoa esbelta tem mais chances de ser bem sucedida em função da sua exterioridade. Para eles o corpo é um reflexo da personalidade da pessoa, um cartão de visita que deve ser preservado mesmo que para tal finalidade sejam cometidas algumas incoerências. A adolescente preocupada em demasia com seu peso revelou que comprou remédios para emagrecer de forma ilegal em sua viagem ao exterior. Na volta, ela trouxe para o Brasil produtos a mais para vender para as amigas. Uma atitude desprezível.
Até que ponto a obsessão é aceitável? A aparência realmente é muito importante, porém a vida não se resume nessa peculiaridade. Existe muita pressão do meio para que o modelo esbelto seja supremo. A publicidade contribui com a consagração do padrão. Outdoors com a imagem de mulheres e homens magros ao extremo são considerados o ápice da beleza humana. Até crianças são cobradas integralmente em torno da sua alimentação. As que estão acima do peso, mesmo que muito pouco, são alvos fáceis de gozações por parte dos amigos e até mesmo de alguns familiares. A vergonha de tirar a camiseta por parte dos meninos e a opção por roupas pretas e soltas por parte das meninas pode indicar problemas sérios com a auto estima.
A saúde é colocada em plano secundário. Os distúrbios alimentares se tornam banais principalmente entre os adolescentes. A anorexia chega a causar vítimas fatais. A bulimia atormenta o bem estar físico e mental. Cada caloria é contabilizada. A insegurança em relação a forma do corpo faz com que algumas pessoas deixem de freqüentar determinados lugares e fugir de certas ocasiões, como de aniversários, festas e clubes. A identidade se perde em busca de uma aceitação forçada, não pelo que se é, entretanto pelo que se parece.
Enfim, a dependência de 2 ou 3 quilos para ser feliz é inaceitável. A obesidade não deve ser incentivada, todavia complexos por curvas a mais são estúpidos. A prioridade deve ser sempre em torno de uma vida saudável, construída com bons hábitos. O equilíbrio entre o interior e o exterior é fundamental para que possamos edificar trajetória que satisfaçam objetivos próprios.

20.3.07

Crônica de uma mulher ferida

Jogadores de futebol são glamourizados constantemente. Os que têm a sorte de alcançar destaque circulam em seus carrões. Os tênis de marca mais parecem naves e servem de suporte para a parte mais importante do corpo deles: as coxas. Sim, as coxas cuidadosamente desenhadas, graciosas. Cada linha na região entre a virilha e o joelho equivale a um suspiro, músculos! Os pés são fundamentais na profissão a ser considerada, o conjunto das pernas em si, mas exponho aqui o ponto de vista (e que vista) feminino.
Pois bem, tais jogadores constituem um tipinho. Eles andam em pequenos bandos. Saem perfumados, possuem um cheiro avassalado. É algo inexplicável, eles passam e a vontade é dar meia volta e seguir eternamente aquele aroma.
Os jogadores de futebol têm também um jeito único de andar. O gingado vai além dos dribles, ele é incorporado passo a passo. O bumbum prodigioso acompanha o movimento. Outra peculiaridade do dito tipinho é o gosto pelo pagode. Eles até dançam, e muito bem por sinal. A mão ao redor da cintura une os dois corpos. Os pés conduzem o movimento. As coxas de tocam. A proximidade dos rostos deixa ainda mais profunda a fragrância.
O sentimento inicial é de encanto. Porém, a aversão se infiltra diante das ausências. A ira penetra com o ciúmes do assédio. A vida que segue conforme o vento deixa espaços vazios que nem o doce cheirinho do travesseiro dele ajuda a completar. O estádio se torna estranho. O pagode fica mais triste do que já é. As coxas, bem, as coxas permanecem lindas, mas isso não vem ao caso no momento.
Enfim, o tipinho se torna dispensável. As mágoas são aliviadas com um choro mansinho no ombro de uma amiga. É hora de seguir em frente e procurar outra pessoa. Qual será a nova categoria a ser explorada? Não tenho certeza. A dos músicos me parece atraente. Sempre quis receber uma declaração em forma de letra e melodia. Só lamento pelas coxas.


Ananda Etges, Jornalismo de Opinião.

REATIVADO!

Oi!
Aqui estou para reativar o blog!
Agora irei postar textos feitos para a faculdade e alguma coisa solta, criações das horas livres!
Espero que gostem!
Um grande abraço!!!