7.10.07

Ainda somos os mesmos

Elis que tinha razão. Como ela afirmava: “Ainda somos os mesmo e vivemos como os nossos pais”. Comprovei tal tese na noite de ontem, sou um projeto da minha mãe. Detalhe: isso era tudo que eu temia por toda a adolescência.
Na fase mais rebelde da vida eu odiava o modo com que a minha genitora agia, principalmente em relação aos meus interesses. Considerava-a uma intolerante, ditadora do lar dos Etges. Após as nossas brigas, sempre declarava baixinho choramingando no quarto para mim mesma: “Eu não vou ser assim”.
No entanto, a história mudou um pouquinho. Agora creio que sou levemente mais madura e percebo certas situações de outra forma. Posso assegurar que ando contida, há algum tempo estou mais calma e paciente. Já fui a líder brigona da turma do colégio. Era a primeira a reclamar de algo que não concordava. Hoje, deixo algumas coisas passarem, talvez por preguiça ou comodismo, mas isso não vem ao caso no momento.
Meu pai sempre foi agitado e a mãe mais na dela. Envergonhada, foge até de fotografias. Não sou tão tímida, mas a brabeza característica da taurina aqui de casa é a mesma. Digamos que sou facilmente irritável. Se digo isso com base na análise do meu período atual, imaginem como já fui.
Enfim, as conclusões e pensamentos acima se tornaram possíveis recentemente. Ontem agi exatamente como minha mãe, até fiquei com medo. Os braços cruzados e o biquinho na cara me denunciaram. Não consigo acreditar que vou ser má como ela. Porém, hoje acordei pensando que talvez eu possa entendê-la em algumas situações que antes me pareciam absurdas.
Quando meus pais brigavam e no fim de tudo a via acalmar a situação e procurar um equilíbrio achava estranho. E o orgulho? Não concordava. Agora compreendo que essa palavra não deveria existir ao se abordar relações humanas. Aprendi a relevar tanta coisa, arte que com certeza minha mãe já dominava há tempos.
Hoje me vejo como mediadora também. Conviver com pessoas mais velhas me deu uma certa serenidade para agir e pensar. Isso não significa que não me descontrolo momentaneamente. Tento me conter, troco de ambiente e choro sozinha. Respiro e bebo um pouco de água. Depois de retocar a maquiagem, visto a roupa da namorada compreensível e volto para a sala. Nada como aprender a ser adulta. Preciso praticar mais vezes.

7 comentários:

K. disse...

Achei seu blog nos links do Thales (Simulações). Li seus textos, gostei e vou te linkar no meu blog, ok?

Luana Duarte Fuentefria disse...

É... tua mãe que não deve ter gostado muito desse texto...

Mas eu gostei. E também sou tudo aquilo que sempre critiquei na minha mãe. Mas ao menos temos consciência disso, o que, certamente, nos fará pessoas melhores.

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...

hehe. parece ironia do destino, mas quanto mais queremos ser diferentes de nossas mães, mais ficamos iguais a elas. pode ficar aliviada, comigo acontece exatamente a mesma coisa ;)

beijos

Giane Laurentino disse...

Hahaha Sabe que eu sou um pouco parecida com a minha mãe sim, mas só escrevo isso porque ela não lê blogs na internet hehee.
Tá muito bacana o texto, acredito que conviver com tipos diferentes de gente dão ao mundo muitos tons.
BJUS

Anônimo disse...

Mãe pergunta: Quem é má???

Anônimo disse...

sempre fui e ainda sou mto birrento com os meus pais. nao quero por nada desse mundo ser igual a eles.
mania de adolescente de querer ser diferente, q eu ainda nao consegui me livrar.

mto bom o texto, mesmo!
bjao

K. disse...

Você continua em meus favoritos, eu apenas não sei para qual endereço (e-mail) enviar o convite para acessar meu blog.

katgdv@gmail.com