12.9.07

A primeira vez

Ansiedade. Diz o meu caro amigo Aurélio que é sinônimo de aflição. Talvez seja. No entanto, para mim era muito mais naquela noite quente de setembro. Enquanto me revirava na cama tal palavra não escapava da minha mente. Sim, eu estava ansiosa.
Sentia-me como uma criança que teria uma excursão escolar no dia seguinte. Meu compromisso não era exatamente uma viagem, porém a expectativa era semelhante. A cada minuto lembrava de algo que deveria carregar comigo ao sair de casa pela manhã. Então, levantava, procurava o objeto desejado e deitava novamente. Essa seqüência foi repetida pelo menos três vezes.
Quando enfim deixei a euforia de lado foram os sonhos que me atormentaram. Recordo que em um dos meus devaneios eu havia quebrado um dente canino da minha boca. Não sei como isso ocorreu nem sequer a continuação da história, apenas tenho a certeza de que vou perguntar maiores detalhes sobre a interpretação do respectivo sonho para a minha tia assim que vê-la.
Acordei com a sensação de alívio pelo fim da noite. Faltava pouco. Tomei um banho e ao me arrumar fui vaidosa como geralmente não sou. Sai levemente atrasada, afinal, conferi minha bolsa quatro vezes antes de deixar o apartamento.
Na aula o tempo parecia não passar. Tentava me concentrar para redigir o texto solicitado, mas meu pensamento estava distante. Fui quase a última a terminar e dali segui para o almoço. Durante a refeição não ouvia as palavras dos outros. Só pensava em determinado assunto. Eu me encontrava em outro plano, flutuava.
Chegou a hora. Estava me dirigindo para lá e a ansiedade realmente se fez presente. Imaginava todas as situações que poderia encontrar, queria me sentir preparada, embora estivesse totalmente insegura.
Entrei na sala e ali estava. Meu primeiro emprego olhava para mim. Ele se materializava naquelas mesas, nas folhas bagunçadas, nos computadores. Foi uma emoção inesquecível. Creio que pela terceira vez na vida me senti adulta. A primeira vez havia sido na minha menarca (que palavra horrível). A segunda na descoberta mágica da adolescência (sem maiores comentários).
Tudo se passou tranqüilamente. Era como se eu estivesse em casa. E creio que eu estava. Estava não, estou e estarei. Afinal, o Olímpico há anos é meu conhecido, quase íntimo. Agora, meu novo lar. Assim espero. E acredito.

6 comentários:

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...

QUE ORGULHO DA MINHA GÊMEA!!
DEUS TE DISSE: DESCE E ARRASA...E ASSIM TU FEZ!
BOA SORTE
BEIJOS

Luana Duarte Fuentefria disse...

Parabéns Ananda!

Patrícia disse...

Acho que sorte é o que tu menos vais precisar!Confio no teu talento!Estarei torcendo por ti!

Thales Barreto disse...

Hum... Vai trabalha r para o imortal? Que orgulho.. hehehe... Boa Sorte menina e Parabéns. ;)

Samir Oliveira disse...

Bah que ótimo que tu conseguiu o emprego!! Parabéns mesmo, tu merece!
O texto me deixou mais ansioso que tu, :) queria saber o final a todo custo ehehe..
bjos

Liza Mello disse...

bah, ananda! que legal mesmo! parabéns! pouca gente tem a sorte (ou o talento) de conseguir o primeiro emprego na área de que realmente gosta!