5.6.07

Cuidado, frágil!

O imediatismo é sobreposto mais uma vez na sociedade. A questão de agora é em torno das plantações de eucaliptos. Deve-se ou não permitir que elas dominem a metade sul do Rio Grande do Sul? Pergunta difícil de ser respondida, ainda mais diante de tantas pressões e interesses envolvidos.
O governo estadual vive um impasse. De um lado, a argumentação de grandes empresas como a Aracruz, Votorantim e Stora Enso, fabricantes de celulose que tem o eucalipto como fundamental em seu processo de produção. Em contraponto estão os ambientalistas e órgãos públicos preocupados com a preservação do ecossistema da região em destaque, o pampa. A apreensão é em função das conseqüências de plantar tal espécie de árvore, pois ela necessita de muita água para se desenvolver e prejudica o relevo, deixa o solo muito ácido.
As justificativas para a medida de “desenvolvimento” são as mais diversas. Todas giram em torno de progresso, idéias utópicas de trabalho e bem estar para todos. Entretanto, creio que o retorno financeiro instantâneo é o mais visado, e não a qualidade de vida da população em si. E afinal, o dinheiro seria para as pessoas? Com certeza não de forma direta, a parte mais generosa iria para os “grandes” de sempre.
Eis que surge então a legislação como um frágil produto maleável. Ela é tão flexível quanto o governo, tudo é em torno de interesses egocêntricos e imediatos. O eucalipto é um risco de degradação e sua plantação apenas representaria uma ilusória melhora momentânea. E daqui vinte anos? A metade sul vai estar no ápice de seu progresso e as pessoas festejaram a decomposição do ambiente no qual vivem? Acredito que o fator ambiental não é tão secundário quanto possa parecer...
Na busca por soluções alternativas para a questão, o turismo aparece como principal impulso na revitalização da parcela sul do estado. O incentivo e a criação de rotas culturais e históricas seria destacável para o real desenvolvimento das cidades da região. Além disso, a pesquisa e o investimento em pecuária e agricultura são essenciais. O processo é lento, todavia se for contínuo realmente trará mudanças e benefícios duráveis.

Um comentário:

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...

Primeiro sobre o meu texto... Pode ser que eu tenha posto bastante informações, mas era preciso contextualizar o assunto. Além disso, acho que a minha opinião está mais do que explícita.

Agora sobre o teu..
Concordo com tudo que tu escreveu, só acho que tá meio informal pra ser um artigo. Também têm muitas perguntas no meio. Não gosto muito disso, mas aí é questão de opinião. Eu aprendi que, quando se põe uma pergunta, devemos necessariamente, respondê-la. Tomara que o Vitor goste.

Agora uma correção:
Tu escreveu: "A metade sul vai estar no ápice de seu progresso e as pessoas festejaram a decomposição do ambiente no qual vivem?"
O certo seria: "A metade sul vai estar no ápice de seu progresso e as pessoas festejaRÃO (trata-se de futuro) a decomposição do ambiente no qual vivem?"

É isso. Beijos gêmea.